Nesta semana o assunto é a aplicação mais tradicional e conhecida do Brasil, a poupança. Vamos abordar seu funcionamento e também sobre suas desvantagens.
Criada, no século XIX, pelo imperador Dom Pedro II, a poupança costuma ser o primeiro contato das pessoas com o mercado financeiro, principalmente por dois motivos: (1) histórico brasileiro de altas taxas de juros; e (2) garantia de um retorno nominal mínimo, sem oscilações.
Assim, cerca de 67 milhões de brasileiros têm pelo menos R$ 100 guardados na caderneta. Mas nos últimos tempos tem surgido a pergunta: ainda vale a pena investir na poupança?
Vamos falar primeiro sobre o seu funcionamento: para ter acesso basta escolher um banco de sua preferência e apresentar os documentos para a abertura de conta. Ela é isenta de custos, não sofre a incidência de tributos (não incide Imposto de Renda) e possui liquidez, ou seja, ao solicitar um resgate, os recursos caem na conta corrente no mesmo momento.
Já a forma de rentabilização difere um pouco do usual no mercado, pois ela ocorre na data de aniversário, isto é, a cada 30 dias. Esta forma de remuneração é diferente do adotado em outras aplicações de renda fixa. Em fundos de investimento ou CDBs, por exemplo, a rentabilidade é apresentada como uma taxa mensal ou anual, mas é creditada todos os dias para o investidor. Nestes outros produtos, mesmo que o resgate ocorra no meio do mês, ele recebe a remuneração proporcional ao período em que manteve o investimento, o que não ocorre com a poupança.
Agora vamos falar de rentabilidade. Ela é a mesma para qualquer instituição financeira e tem a seguinte regra:
– Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês mais a variação da TR;
– Se a Selic estiver igual a ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será equivalente a 70% da Selic mais a variação da TR.
Hoje, como a Taxa Selic é 2% ao ano e a TR 0%, o rendimento da poupança é 70% disso, ou seja, rende 1,4% ao ano, que representa 0,116% ao mês.
Este valor é muito menor que aquele encontrado no passado, quando a Taxa Selic era muito superior aos 2% atuais e nos últimos anos vem sendo inferior à inflação.
Este é um ponto interessante de se comentar, pois toda rentabilidade de um investimento deve ser comparada com a inflação ocorrida no período, ao passo que a rentabilidade real do investimento é somente a parcela que supera os aumentos de preços refletidos na inflação.
Para fins de simplificação, utilizaremos o IPCA para exemplificar as perdas inflacionárias do Brasil. As estimativas divulgadas pelo Boletim Focus, do Banco Central, apresentam projeções de IPCA em 4,21% no ano de 2020.
Quando comparamos o rendimento anual da poupança de 1,4% ao ano com uma inflação no período de 4,21%, vemos claramente que o investidor que alocou seu capital neste produto financeiro obteve um retorno real negativo, ou seja, perdeu para inflação. Enquanto que se o investidor somente olhar para o montante nominal aplicado, verá o seu saldo positivo em 1,4% e terá a falsa impressão de que seu dinheiro rendeu no período.
Por estes motivos, é muito importante difundir a educação financeira, para que as pessoas se atentem a estes pontos e passem a buscar soluções mais satisfatórias de acordo com o seu perfil de investidor.
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Gustavo Rissardi
Analista Profissional de Investimentos CNPI 2328